Open Access
Protocolos de estudo, Biomed Biopharm Res., 2023; 20(1):136-149
doi: 10.19277/bbr.20.1.314;versão PDF [+]; html em inglês [EN]  

 

 

Impacto de intervenções farmacêuticas controladas na adesão do doente aos antibióticos: protocolo de uma revisão sistemática

Carla Pires ✉️

CBIOS - Center for Biosciences & Health Technologies, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Lisboa, Portugal

 

Resumo

Os farmacêuticos comunitários e hospitalares estão preparados para educar ou envolver os doentes em intervenções/programas específicos com o objetivo de melhorar a adesão aos antibióticos. É importante salientar que uma melhor adesão ao tratamento com antibióticos está associada à redução do risco de resistências. As intervenções farmacêuticas baseadas na comunicação para melhorar a adesão dos doentes aos antibióticos são diversificadas, como entrevistas, educação/aconselhamento ou fornecimento de informações escritas ou workshops, avaliação de conhecimento, entre outras. Assim, é apresentado um protocolo de uma revisão sistemática para avaliar o impacto das intervenções farmacêuticas baseadas na comunicação na adesão dos doentes aos antibióticos. O PRISMA-P (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses for systematic review protocols) foi aplicado. O projeto detalhado da presente revisão sistemática já está publicado nos Serviços de Registro – Open Science Framework (OSF). Antecipa-se a confirmação de um impacto positivo na adesão dos doentes aos antibióticos em farmácias comunitárias ou hospitalares decorrente das intervenções baseadas na comunicação.

Palavras-chave: farmácia, antibióticos, adesão do doente, intervenções baseadas em comunicação, protocolo

Para Citar: Pires, C. (2023) Impact of controlled pharmacist communication-based interventions on patient adherence to antibiotics: a protocol of a systematic review. Biomedical and Biopharmaceutical Research, 20(1), 136-149.

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Recebido 17/05/2023; Aceite 05/07/2023

 

Introdução

A resistência antimicrobiana ocorre quando as infeções dos doentes não respondem ao tratamento com medicamentos, como antibióticos, antivirais, antiprotozoários ou antifúngicos. Nas próximas décadas, é expectável um aumento das resistências antimicrobianas, o que pode resultar numa maior dificuldade no tratamento dos doentes, disseminação de infeções, desenvolvimento de doenças graves e morte. As resistências antimicrobianas são uma das principais ameaças globais de saúde pública, as quais são responsáveis por milhões de mortes, agravamento de doenças e/ou aumento dos custos com os sistemas nacionais de saúde em todo o mundo. Entre as bactérias resistentes emergentes estão a Escherichia coli, a Salmonela e os Pneumococos (1).

O uso inadequado de medicamentos antimicrobianos pode levar ao aparecimento de resistências devido a uma seleção incorreta de antibióticos/antimicrobianos, dosagens inadequadas ou baixa adesão do doente. Pelo que, a adesão do doente aos antibióticos está entre os fatores determinantes para evitar estas resistências, i.e., toma do antibiótico numa dose correta, no horário certo e durante o tempo prescrito (2).

Os farmacêuticos devem: (i) dispensar os antimicrobianos prescritos, (ii) assegurar que o doente compreende a informação sobre a dosagem, frequência e duração do tratamento, (iii) participar ativamente na reciclagem de antibióticos não utilizados, (iv) notificar reações adversas, (v) fornecer informações e esclarecer dúvidas sobre as contraindicações e interações dos antibióticos, ou (vi) participar em programas/campanhas de saúde pública sobre o uso racional destes medicamentos (3). No entanto, de acordo com os resultados da revisão sistemática de Lambert et al. (2022):  “a adesão aos antibióticos não aumentou significativamente após as intervenções farmacêuticas” (4).

Assim, os objetivos primários e secundários, bem como as respetivas questões de investigação da presente revisão sistemática são os seguintes:

  • Avaliar o impacto das intervenções farmacêuticas baseadas na comunicação na adesão dos doentes aos antibióticos (objetivo primário).
  • Identificar os diferentes tipos de intervenções farmacêuticas baseadas na comunicação para melhorar a adesão aos antibióticos (objetivo secundário).
  • Identificar as intervenções farmacêuticas baseadas na comunicação mais eficazes na melhoria da adesão dos doentes aos antibióticos (objetivo secundário).

Questões de investigação primárias e secundárias

  • Qual é o impacto das intervenções farmacêuticas baseadas na comunicação na adesão dos doentes aos antibióticos? (questão de investigação principal)
  • Quais foram os tipos de intervenções farmacêuticas baseadas na comunicação para melhorar a adesão aos antibióticos? (questão de investigação secundária)
  • Quais foram as intervenções farmacêuticas baseadas na comunicação mais eficazes para melhorar a adesão aos antibióticos? (questão de investigação secundária)

 

Materiais e Métodos

O presente protocolo foi desenvolvido de acordo com o PRISMA-P (5,6). A lista de verificação PRISMA-P aplicada ao presente protocolo pode ser consultada no Anexo A.

Tipo de revisão e registo do protocolo

A presente revisão sistemática será respetivamente conduzida de acordo com as normas do Joanna Briggs Institute (JBI) e reportada de acordo com a lista de verificação e o diagrama de fluxo PRISMA (7,8). O protocolo detalhado da presente revisão sistemática já está registado no OSF Registries (The open registries network) (9).

PICO

A População, Intervenção, Comparação e Resultado (PICO) são apresentadas na Tabela 1. Esta informação foi utilizada para apoiar na formulação dos objetivos, nas questões de investigação, bem como na revisão da literatura (5,6).

Tabela 1 - Estrutura PICO aplicada ao presente protocolo

 

Intervenção

Intervenção: qualquer intervenção farmacêutica baseada em comunicação com o objetivo específico de melhorar a adesão aos antibióticos dos doentes (por exemplo, aconselhamento/educação do doente, entrevistas, workshops, fornecimento de informações por escrito, ou outras).

Critérios de inclusão e exclusão

Critérios de inclusão: estudos efetuados numa farmácia comunitária ou hospitalar, em que os doentes a tomar antibióticos foram incluídos num estudo controlado (grupo controle vs. grupo de intervenção baseada em comunicação), cujo objetivo é avaliar o impacto da intervenção farmacêutica baseada na comunicação na adesão à toma de antibióticos pelos doentes. Somente artigos originais e revistos por pares serão incluídos (sem limites de tempo). Critérios de exclusão: artigos publicados, que não estejam escritos em inglês, espanhol, português, francês ou italiano. Comentários, revisões, estudos qualitativos, resumos, cartas ao editor e preprints e intervenções conduzidas por técnicos ou investigadores sob a supervisão direta de um farmacêutico hospitalar ou comunitário também serão excluídas.

Bases pesquisadas, palavras-chave e termos MeSH

As palavras-chave e/ou termos MeSH pesquisados, incluindo os seus descritores, respetivas sequências e estratégia de pesquisa por cada uma das bases pesquisadas está disponível na Tabela 2.

Tabela 2 - Estratégia de pesquisa por cada uma das bases
* Na PubMed serão ativadas as seguintes opções automáticas: ensaio clínico randomizado e ensaio clínico; **Uma pesquisa mais específica (com mais palavras-chave) será realizada no Google Académico, como consequência do elevados número de resultados obtidos com as palavras-chave “antibiótico e adesão e farmácia” (mais de 93000 resultados em 29-4-2023).

 

Palavras-chave abrangentes foram intencionalmente selecionadas para garantir a identificação provável de mais ensaios controlados, considerando que numa revisão sistemática previamente publicada e relacionada com o presente tópico, apenas 9 estudos sobre a adesão dos doentes a antibióticos foram selecionados (4). Adicionalmente à estratégia de busca proposta no protocolo inicial (9), foram pesquisados termos MeSH (e.g., “compliance do doente” e “adesão do doente”) e sinónimos de palavras-chave. Uma pesquisa mais específica será realizada no Google Académico para aumentar a sensibilidade da pesquisa.

Datas das pesquisas e limites de tempo abrangidos

Previsivelmente, a primeira pesquisa será realizada em agosto de 2023. Uma pesquisa final será efetuada para atualizar os dados. Todas as pesquisas serão conduzidas sem limites de tempo.

Processo de seleção e recolha de dados

O processo de seleção e a recolha de dados será realizado de acordo com os passos 1 de 4:

- Primeiro passo: após a pesquisa das palavras-chave por cada base de dados: o título e o resumo serão lidos: (i) os artigos selecionados com base no título e no resumo serão arquivados e (ii) a versão completa dos restantes artigos será consultada antes de validar a sua exclusão/inclusão. Os motivos de exclusão serão anotados.

- Segunda  passo: todos os artigos selecionados serão reavaliados para validar a sua inclusão ou exclusão. Os motivos de exclusão serão anotados.

- Terceira passo: extração dos dados.

- Quarto passo: repetição dos passos 1 a 3.

Gestão de dados e variáveis recolhidas

Os dados serão recolhidos pelo autor do estudo em formato tabular. Todos os dados serão duplamente verificados. PDFs de todas as pesquisas serão arquivados. As variáveis cuja recolha está planeada estão descritas no item 12 da ferramenta PRISMA-P (Anexo A).

Síntese de dados

Uma meta-análise será realizada (se aplicável), ainda que a concretização de uma síntese quantitativa não seja expectável. Para realizar uma meta-análise, os estudos selecionados precisam ser suficientemente homogéneos em termos de delineamento e comparadores (6). Ainda que, algumas medidas de efeito para os outcomes/desfechos primários e secundários serão recolhidas: estatísticas descritivas (por exemplo, proporções, percentagens, etc. dos grupos de controlo versus intervenção), bem como dados de estatística inferencial (se disponíveis). Os resultados serão discutidos e comparados por meio de uma síntese narrativa. A síntese narrativa será baseada em todas as variáveis recolhidas (ver itens de dados no ponto 12 do PRISMA-P) (Anexo A). Um sumário em formato tabular de todos os estudos selecionados será elaborado.

Avaliação da qualidade dos estudos selecionados

Duas ferramentas serão aplicadas para avaliar a qualidade dos estudos selecionados: (i) Ferramenta de avaliação de qualidade do Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue (NHLBI) para Avaliação da Qualidade de Estudos de Intervenção Controlada (10) e (ii) O Formulário de Avaliação LEGEND para ensaios clínicos randomizados (RCT) e ensaios clínicos controlados (CCT) (11). Ambas as ferramentas suportam a identificação de eventuais limitações metodológicas, o que está em linha com o item 17 do PRISMA-P (Anexo A).

Risco de viés, meta-viés e confiança em evidências cumulativas

As metodologias adotadas para avaliar eventuais vieses, meta-vieses ou para avaliar a confiança em evidências cumulativas podem ser consultadas respetivamente nos itens 14, 16 e 17 do PRISMA-P (Anexo A). Particularmente, o risco de viés será respetivamente avaliado com as ferramentas ROBINS-I (12) for para ensaios não controlados e Rob2 para ensaios randomizados (13).

Ressalva-se que o GRADE-CERQual (para estudos qualitativos) (14) foi adotado na avaliação da confiança em evidências cumulativas em vez do GRADE (para estudos quantitativos), porque diversas limitações na aplicação do GRADE (15,16) foram previamente antecipados.

 

Resultados e Discussão

Espera-se que os resultados da presente revisão sistemática sejam publicados até o final de 2023 ou no primeiro trimestre de 2024. Os resultados serão discutidos e comparados por meio de uma síntese narrativa, embora algumas estatísticas descritivas possam ser aplicadas para quantificar algumas variáveis (por exemplo, proporção de participantes do sexo feminino/masculino; % de participantes por nível de ensino, média e desvio padrão do número de participantes, etc.). Adicionalmente, antecipa-se um risco de viés elevado nos estudos selecionados, uma vez que os ensaios controlados selecionados foram desenhados para avaliar intervenções farmacêuticas baseadas na comunicação (ou seja, estudos de ciências sociais, necessariamente associados a um certo grau de heterogeneidade e subjetividade metodológica).

Globalmente, espera-se detetar um impacto (positivo ou negativo) das intervenções farmacêuticas baseadas na comunicação na adesão dos doentes aos antibióticos em farmácias comunitárias ou hospitalares com a presente revisão sistemática, porque os resultados de estudos anteriores similares/relacionados não são consensuais (com alguns estudos a detetarem resultados negativos (4,17) ou positivos (18)).

Apenas uma revisão sistemática relacionada com o presente tópico foi identificada, a qual foi efetuada Lambert et al. (2022) (4). De enfatizar que dos 17 estudos selecionados nesta revisão sistemática, a adesão do doente a antibiótico foi apenas reportada como desfecho secundário em 12 desses 17 estudos, com apenas 9 estudos cumprindo os critérios de inclusão da presente revisão sistemática. Esses 9 estudos serão incluídos no presente trabalho (caso não sejam identificados pela metodologia de pesquisa proposta). Os resultados desta revisão sistemática em certa medida foram considerados inesperados, i.e., a “adesão aos antibióticos não aumentou significativamente após as intervenções lideradas pelo farmacêutico” (4), embora esta conclusão tenha sido baseada num número restrito de estudos. Por exemplo, diferenças de adesão do doente aos antibióticos também não foram identificadas entre os grupos de intervenção e controle no estudo de Göktay (2013) (17), em oposição aos resultados de Gotsch (1982), com uma maior adesão aos antibióticos no grupo de intervenção (18). Uma intervenção farmacêutica baseada na educação foi utilizada em ambos os estudos controlados (17,18).

 

Limitações do estudo

A recolha e análise dos dados será realizada por apenas um autor, o que pode levar a eventuais vieses de seleção e/ou análise, ainda que esteja previsto fazer uma dupla conferência de todos os resultados. Por exemplo, aplicação de duas ferramentas na avaliação da qualidade dos artigos selecionados (10,11). O número de bases de dados e palavras-chave selecionados pode ser limitado. No entanto, a utilização do Google Académico e a seleção de estudos sem limitações temporais previsivelmente permite potenciar a captação de mais resultados.

 

Conclusão

Neste trabalho é apresentado preliminarmente um protocolo de uma revisão sistemática sobre o impacto das intervenções farmacêuticas baseadas em comunicação na adesão do doente aos antibióticos, em estudos controlados.

 

Declaração sobre as contribuições do autor

Este protocolo foi totalmente concebido, desenhado e escrito por CP. Adicionalmente, o presente protocolo foi revisto por pares, por especialistas desta área, tendo sido atualizado em conformidade com as sugestões e correções dos mesmos.

 

Financiamento

Nenhum.

 

Agradecimentos

A autora expressa os seus agradecimentos a CBIOS - Research Center for Biosciences and Health Technologies, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Lisboa, Portugal.

 

Conflito de Interesses

A autora declara que não há relações financeiras e/ou pessoais que possam representar um potencial conflito de interesses.

 

Referências

1. World Health Organization (WHO), Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO) and World Organisation for Animal Health (OIE). (2021). Antimicrobial resistance and the United Nations Sustainable Development Cooperation Framework: guidance for United Nations country teams. ISBN (WHO) 978-92-4-003602-4 (electronic version).

2. Prestinaci, F., Pezzotti, P., & Pantosti, A. (2015). Antimicrobial resistance: a global multifaceted phenomenon. Pathogens and global health, 109(7), 309–318. https://doi.org/10.1179/2047773215Y.0000000030

3.European Commission. (2017). EU Guidelines for the prudent use of antimicrobials in human health (2017/C 212/01). Available at: https://eur-lex.europa.eu/legal-content/EN/TXT/PDF/?uri=CELEX:52017XC0701(01)&from=ET (accessed on 4-5-2023).

4. Lambert, M., Smit, C. C. H., De Vos, S., Benko, R., Llor, C., Paget, W. J., Briant, K., Pont, L., Van Dijk, L., & Taxis, K. (2022). A systematic literature review and meta-analysis of community pharmacist-led interventions to optimise the use of antibiotics. British journal of clinical pharmacology, 88(6), 2617–2641. https://doi.org/10.1111/bcp.15254

5. Moher, D., Shamseer, L., Clarke, M., Ghersi, D., Liberati, A., Petticrew, M., Shekelle, P., Stewart, L. A., & PRISMA-P Group (2015). Preferred reporting items for systematic review and meta-analysis protocols (PRISMA-P) 2015 statement. Systematic reviews, 4(1), 1. https://doi.org/10.1186/2046-4053-4-1

6. Shamseer, L., Moher, D., Clarke, M., Ghersi, D., Liberati, A., Petticrew, M., Shekelle, P., Stewart, L. A., & PRISMA-P Group (2015). Preferred reporting items for systematic review and meta-analysis protocols (PRISMA-P) 2015: elaboration and explanation. BMJ (Clinical research ed.), 350, g7647. https://doi.org/10.1136/bmj.g7647

7. Aromataris, E., & Munn, Z. (Editors). JBI Manual for Evidence Synthesis. JBI, 2020. Available at: https://synthesismanual.jbi.global. https://doi.org/10.46658/JBIMES-20-01

8. PRISMA. (2023). Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA) checklist and flow diagram. Available at: http://prisma-statement.org/prismastatement/flowdiagram.aspx (acedido em 13-5-2023).

9, Pires, C. (2023). Impact of controlled pharmaceutical communication-based interventions on patient adherence to antibiotics: a systematic review, May 2023. https://doi.org/10.17605/OSF.IO/D7FEU

10. NHLBI. (2021), The National Heart, Lung, and Blood institute (NHLBI) quality assessment tool for Quality Assessment of Controlled Intervention Studies. Available at: https://www.nhlbi.nih.gov/health-topics/study-quality-assessment-tools (accessed on 13-5-2023).

11. Cincinnati Children's Hospital Medical Center. Evidence Evaluation Tools & Resources (LEGEND). Available at: https://www.cincinnatichildrens.org/research/divisions/j/anderson-center/evidence-based-care/legend (acedido em 13-5-2023).

12. Sterne, J.A.C., Hernán, M.A., McAleenan, A., Reeves, B.C., & Higgins, J.P.T. Chapter 25: Assessing risk of bias in a non-randomized study. In: Higgins, J.P.T., Thomas, J., Chandler, J., Cumpston, M,, Li, T., Page, M.J., & Welch, V.A. (editors). Cochrane Handbook for Systematic Reviews of Interventions version 6.3 (updated February 2022). Cochrane, 2022. Available at: www.training.cochrane.org/handbook.

13. Higgins, J.P.T., Savović, J., Page, M.J., Elbers, R.G., & Sterne, J.A.C. Chapter 8: Assessing risk of bias in a randomized trial. In: Higgins, J.P.T., Thomas, J., Chandler, J., Cumpston, M., Li, T., Page, M.J., & Welch, V.A. (editors). Cochrane Handbook for Systematic Reviews of Interventions version 6.3 (updated February 2022). Cochrane, 2022. Available at: www.training.cochrane.org/handbook.

14. Lewin, S., Booth, A., Glenton, C., Munthe-Kaas, H., Rashidian, A., Wainwright, M., Bohren, M. A., Tunçalp, Ö., Colvin, C. J., Garside, R., Carlsen, B., Langlois, E. V., & Noyes, J. (2018). Applying GRADE-CERQual to qualitative evidence synthesis findings: introduction to the series. Implementation science : IS, 13(Suppl 1), 2. https://doi.org/10.1186/s13012-017-0688-3

15. Berkman, N.D., Lohr, K.N., Ansari, M., et al. Grading the Strength of a Body of Evidence When Assessing Health Care Interventions for the Effective Health Care Program of the Agency for Healthcare Research and Quality: An Update. 2013 Nov 18. In: Methods Guide for Effectiveness and Comparative Effectiveness Reviews [Internet]. Rockville (MD): Agency for Healthcare Research and Quality (US); 2008. Available at: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK174881/

16. Granholm, A., Alhazzani, W., & Møller, M. H. (2019). Use of the GRADE approach in systematic reviews and guidelines. British journal of anaesthesia, 123(5), 554–559. https://doi.org/10.1016/j.bja.2019.08.015.

17. Göktay, N.B., Telefoncu, S., Kadioǧlu, S.B., et al. (2013). The role of patient education in adherence to antibiotic therapy in primary care. Marmara Pharmaceutical Journal, 17, 113‐119.

18. Gotsch, A.R.A., & Liguori, S. (1982). Knowledge, attitude, and compliance dimensions of antibiotic therapy with PPIs: a community pharmacy‐based study. Medical care, 20(6), 581–595. https://doi.org/10.1097/00005650-198206000-00004

bbr.20.1.314.AnexoA