10.19277/bbr.18.1.259.pt

Pin It

Ciências Biomédicas, Biomed Biopharm Res., 2021; 18(1):25-37

doi: 10.19277/bbr.18.1.259; download da versão pdf [+] aqui 

 

Atividade antioxidante e potencial antidiabético de extratos de frutos da família Myrtaceae: efeito inibitório na atividade de α-amilase e α-glicosidase

 

Simone Muniz Pacheco 1, Mauricio Seifert 2, Rafael de Almeida Schiavon 3, Maiara Sandrielly Pereira Soares 1, Rejane Giacomelli Tavares 1,4*, Mauricio Seifert 2, Leonardo Nora 2

1Centro de Ciências Químicas, Farmacêuticas e de Alimentos- CCQFA- Universidade Federal de Pelotas, Campus Universitário, S / N, Capão do Leão - RS, 96160-000, Brasil; 2Departamento de Ciências Agroindustrial e Tecnologia- Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel- Universidade Federal de Pelotas, Campus Universitário, S / N, Capão do Leão - RS, 96160-000, Brasil; 3Centro de Ciências da Agricultura, Departamento de Engenharia Agrícola, Universidade Estadual de Maringá, Av Colombo, 5790, 87020-900, Maringá, PR, Brasil; 4CBIOS/ ECTS-Universidade Lusófona, Av Campo Grande, 376, 1749-024, Lisboa, Portugal

 

*Autor correspondente: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.

 

Resumo

Existe uma grande diversidade de plantas que produzem pequenos frutos comestíveis na região da Mata Atlântica do Brasil e que são utilizados, de modo empírico, para tratar várias doenças, como diabetes, devido aos frutos coloridos serem fonte de antioxidantes fenólicos na dieta alimentar. Neste estudo investigamos a atividade inibitória de extratos metanólicos de frutos da família Myrtaceae: Psidium cattleianum (araçá), Syzygium cumini (jambolão), Campomanesia xanthocarpa (guabiroba), Eugenia uniflora (pitanga) e Eugenia pyriformis (uvaia) na inibição da atividade das enzimas α-amilase e α-glicosidase intestinal (maltose e sacarose). A atividade antioxidante foi determinada em dois diferentes ensaios in vitro: 2,2’-azinobis (3-etilbenztiazolina-6-sulfonato) (ABTS) e 2,2’-difenil-1-picrilhidrazil (DPPH). Os extratos de P. cattleianumS. cumini, E. pyriformis inibiram a atividade da α-amilase entre 13% e 60% (P <0,05). O extrato de P. cattleianum inibiu a atividade da α-glicosidase (substrato maltose ou sacarose) entre 15% e 61% (P <0,05). Além disso, esses frutos são ricos em compostos fenólicos com atividade antioxidante.

 

Palavras-chave: Myrtaceae, diabetes, fenólicos, α-glicosidase, α-amilase

Recebido: 11/04/2021; Aceite: 04/06/2021

Introdução

A hiperglicemia crónica, decorrente de alterações no metabolismo dos carboidratos é a principal característica do diabetes mellitus tipo 2 (DMT2). Frequentemente esta doença não apresenta muitos sintomas e pode permanecer muitos anos sem diagnóstico e tratamento, levando a vários danos micro- e macrovasculares nos olhos, rins, coração e nervos (1). As recomendações para prevenir a doença ou retardar as complicações incluem uma dieta saudável, exercícios físicos regulares e controlo do peso corporal (mudança de estilo de vida) (2).

Vários medicamentos são indicados para tratar DMT2, tais como inibidores de glicosidase (por exemplo, acarbose, miglitol e voglibose) (3). Estes medicamentos atuam interrompendo ou retardando a digestão do amido, diminuindo a taxa de glicose no sangue, proveniente da absorção através do intestino delgado. Este processo é mediado pela inibição da atividade enzimática da α-amilase e α-glicosidase (4,5). Apesar da redução da glicemia, os inibidores da glicosidase podem gerar efeitos adversos, tais como diarreia, dor abdominal, flatulência (3) e ganho de peso (6).

O consumo de frutos ricos em compostos fenólicos está associado a benefícios à saúde e existem evidências de que alguns extratos de frutos inibem as enzimas envolvidas no metabolismo dos carboidratos, evidenciando uma fonte potencial de compostos anti-hiperglicémicos, capazes de retardar a absorção da glicose com o mínimo de efeitos colaterais (5,7,8). A família Myrtaceae é uma das principais famílias de árvores frutíferas comerciais do mundo com grande potencial para ser explorada economicamente, cujos frutos apresentam excelente valor nutricional. Entre os vários gêneros pertencentes a esta família foram investigados no tratamento de DMT2 os extratos de folhas e frutos de Psidium cattleianum (araçá), Syzygium cumini (jambolão), Campomanesia xanthocarpa (guabiroba), Eugenia uniflora (pitanga) e Eugenia pyriformis (uvaia). Os frutos são considerados fontes de fitoquímicos como compostos fenólicos, carotenóides e compostos voláteis. Muitos desses fitoquímicos têm a capacidade de agir controlando o estresse oxidativo e a glicação proteica devido ao seu potencial de diminuir a hiperglicemia e a hiperlipidemia, pela inibição da catálise das enzimas digestivas. Eles estão relacionados à prevenção e ao manejo de várias doenças crônicas e degenerativas, incluindo câncer, doenças cardiovasculares, obesidade, amnésia entre outros distúrbios (5,7,8). Estes gêneros são comuns na região da Mata Atlântica no Brasil e são amplamente utilizados na medicina popular para tratar a hiperglicemia, mas sem evidências científicas que apoiem a eficácia do tratamento. Portanto, o objetivo deste estudo foi caracterizar frutos de plantas da família Myrtaceae (Psidium cattleianum, Campomanesia xanthocarpa, Eugenia pyriformis, Eugenia uniflora e Syzygium cumini) que crescem na região sul da Mata Atlântica brasileira, através da determinação do potencial inibitório da α-amilase e α-glicosidase, seu conteúdo de compostos fenólicos totais e flavonoides totais, bem como a atividade antioxidante.

Material e Métodos

Reagentes analíticos e produtos químicos

Reagentes, solventes e enzimas foram adquiridos da Sigma-Aldrich Chemical Co. (St. Louis, MO, EUA). Acarbose foi obtida comercialmente do fabricante Bayer (Glucobay® 100) e o kit de ensaio de glicose (Glicose GOD) foi comprado da Labtest® (Minas Gerais, Brasil).

Material vegetal

Os frutos totalmente maduros de Psidium cattleianum (fruto vermelho, acessos 44 e 87 e fruto amarelo, acesso ‘bicudo’), Campomanesia xanthocarpaEugenia pyriformis (acessos 3, 4, 11 e 15) e Eugenia uniflora (acesso 156) foram colhidos do campo experimental na ‘Embrapa Clima Temperado’, Estação de Pesquisa, em Pelotas, RS, Brasil, (31° 42′ S, 52° 24′ W, Altitude: 57 m) sendo cada acesso correspondente a um germoplasma diferente, identificado e registrado no Banco de Germplasma Ativo. O fruto totalmente maduro de Syzygium cumini foi colhido do campo experimental da Universidade Federal de Pelotas, Capão do Leão, RS, Brasil. Para as análises foram utilizadas apenas partes comumente comestíveis - fruta inteira para P. cattleianum e C. xanthocarpa; casca e polpa para E. pyriformisE. uniflora e S. cumini. Os frutos foram selecionados, processados, liofilizados e armazenados a - 20°C.

Preparação dos extratos dos frutos

Os extratos foram realizados segundo o método de Alothman et al. (2009) com modificações. Frutos congelados (200 g) foram moídos em pó fino em um moinho de bolas (Marcone MA350, São Paulo, Brasil) com nitrogênio líquido e misturados (1:3, relação peso (m)/volume (v)) com o solvente de extração (metanol:água, 80:20, relação v/v). As amostras foram incubadas durante 3 horas em um banho de água com agitação e aquecimento (40°C). Os extratos foram filtrados e secos utilizando um evaporador rotatório a 40°C (La Borota 4000 Heidolph, Schawabach, Alemanha) e liofilizados (Enterprise Terroni, São Carlos (SP), Brasil). Os extratos foram preparados em triplicata e dissolvidos em metanol/água (1:3) a uma concentração de 5,0 g.ml -1 e armazenados a - 20°C até a análise.

Determinação do conteúdo fenólico total

O conteúdo fenólico total foi determinado utilizando o método Folin-Ciocalteu descrito por Swain e Hillis (10). Os resultados foram expressos em miligrama de equivalentes de ácido gálico por 100 g de material fresco (peso fresco) (mg de EAG/100 g mf).

Determinação do teor total de flavonoides

O conteúdo total de flavonoides foi determinado utilizando o método descrito por Zhishen et al. (11). Os resultados foram expressos em equivalente de catequina miligrama por 100 g de material fresco (peso fresco) (mg de EC/100 g mf).

Ensaio de DPPH e ABTS para a remoção de radicais

A atividade antioxidante foi determinada utilizando o método DPPH, de acordo com Brand-Williams et al. (12). O método ABTS foi realizado de acordo com Re et al. (13). Os resultados foram expressos como percentagem de inibição do radical DPPH ou ABTS, respectivamente.

Ensaio da inibição da α-amilase

A atividade inibitória da α-amilase foi determinada de acordo com Yu et al. (14) com modificações. Os testes foram realizados utilizando α-amilase de Bacillus licheniformis (40 unidades/mL), extratos de frutos em diferentes concentrações (0,1; 0,25; 0,5; 1,0; 2,5; 5,0; 10,0 mg/mL) e solução de amido solúvel (1%). Acarbose foi utilizada como controle positivo (5 mM) (15). A inibição (%) foi calculada usando a seguinte fórmula: 

Ensaio da inibição da α-glicosidase

A medida da inibição da α-glicosidase intestinal foi baseada no método de Adisakwattana et al. (16), com modificações. Foi utilizado pó de acetona intestinal obtida de rato (Sigma-Aldrich catalog nº I1630) como solução enzimática e maltose (86 mM) ou sacarose (400 mM) como substrato. Os extratos de frutos foram utilizados em diferentes concentrações (1; 2,5; 5,0; 10,0 mg/mL) em solução aquosa. Acarbose foi utilizada como controlo positivo (5 mM) (15). A inibição (%) foi calculada usando a seguinte fórmula:

Análise estatística

Os resultados foram expressos como valores de média ± erro padrão (EP). Os dados foram analisados utilizando a análise de variância unidirecional (ANOVA) seguida pelo Teste de Tukey com p<0,05. O programa estatístico utilizado foi o GraphPad Prism® versão 5.0 (San Diego, Califórnia, EUA). Todas as análises foram realizadas em triplicatas.

Resultados e Discussão

Conteúdo fenólico e capacidade antioxidante

O conteúdo total de compostos fenólicos e flavonoides dos frutos analisados estão descritos na Tabela 1. O conteúdo de compostos fenólicos total variou de 181,48 a 541,15 mg de EGA/100 g mf). A maior concentração de compostos fenólicos foi identificada nos frutos de S. cumini (541,15 mg de EGA/100 g mf) seguido por C. xanthocarpa (495,86 mg de EGA/100 g mf) e P. cattleianum (todos os acessos) (435,81 a 445,64 mg de EAG/100 g mf). Gajera et al. (17) avaliaram o conteúdo fenólico em extrato metanólico de S. cumini e descreveram resultados similares aos obtidos em nosso estudo. Segundo os autores, sete compostos fenólicos (ácido gálico, catequina, ácido clorogénico, ácido cafeico, ácido ferúlico, ácido elágico e quercetina) foram identificados em maiores concentrações nas sementes e partes das sementes. Para P. cattleianum, em nosso estudo observamos resultados quantitativos semelhantes aos relatados por Pereira et al. (18). Entretanto, valores maiores (632,56 a 581,02 mg de EAG/100 g mf) foram descritos no estudo de Medina et al. (19), que avaliaram a composição da polpa em extrato aquoso. Estas diferenças podem ser devidas a vários fatores como umidade, tipo de solo, clima durante a fase de desenvolvimento, estágio de maturação (20), diferenças genéticas e condições de armazenamento pós-colheita (21). Além disso, a parte da fruta utilizada e o método de extração também podem ser responsáveis por estes resultados (18).

Para determinar a atividade antioxidante dos extratos, foram utilizados dois métodos distintos (DPPH e ABTS) (Tabela 1). A maior porcentagem de inibição dos radicais DPPH foi observada para C. xanthocarpa (95,13%), S. cumini (94,53%) e P. cattleianum (todos os acessos) (93,95% a 95,62%), sendo observada a relação da atividade antioxidante naqueles frutos com as maiores concentrações de compostos fenólicos. Resultados semelhantes foram observados para inibição dos radicais ABTS. O conteúdo fenólico total está positivamente correlacionado com a atividade antioxidante. De fato, os principais compostos fenólicos encontrados nos frutos da família Myrtaceae, tais como ácido gálico, catequina, ácido elágico e ácido ferúlico estão altamente relacionados com a atividade antidiabética e antioxidante (17). As propriedades quelantes, inibição da peroxidação lipídica, anti-inflamatórios e antiproliferativos também estão correlacionadas com compostos fenólicos (18). Outros autores também descrevem a propriedade antioxidante do extrato metanólico de S. cumini obtido a partir de folhas, casca de frutas e galhas das folhas, corroborando com nossos resultados (22).

Inibição da atividade de α-amilase e α-glicosidase

Os medicamentos atualmente disponíveis para o controle da hiperglicemia são efetivos. Entretanto, a busca de alternativas que tenham menos efeitos colaterais é de grande interesse. Portanto, este estudo avaliou extratos de frutos que apresentem potencial inibitório na atividade da α-amilase e α-glicosidase, enzimas que estão diretamente relacionados à absorção da glicose. Dentre os possíveis frutos a serem utilizados, aqueles ricos em compostos fenólicos são descritos como inibidores de ambas as enzimas (5). Em nosso estudo, extratos de P. cattleianum acesso 44 (2,5 mg/mL), S. cumini (0,1, 0,25, 0,5 e 1,0 mg/mL) e E. pyriformis acessos 11 (0,1, 0,25, 0,5 e 1,0 mg/mL) e 15 (0,1, 0,25 e 0,5 mg/mL) significativamente inibiram a atividade da α-amilase in vitro (p<0,05) (Figura 1). O extrato de S. cumini foi responsável pela maior porcentagem de inibição (60,50 ± 1,37%) da atividade da α-amilase em concentrações mais baixas (0,1 mg/mL). Em um estudo in vivo, ratos foram tratados com extrato etanólico de S. cumini, obtido a partir de semente e polpa, onde foi observada uma melhora na produção de insulina e do balanço de glicose no sangue (17). Este efeito foi atribuído ao ácido elágico e sua capacidade de modular a conversão de amido em açúcar quando o nível de glicose no sangue aumenta (17, 23). A inibição da α-amilase também pode ser atribuída às catequinas. Estas são capazes de se ligar às cadeias laterais do sítio ativo, resultando em um complexo que impede a ligação do substrato (inibição não competitiva). A variação na estrutura da catequina pode afetar seu poder de inibição. Ao adicionar o grupo galoil o composto formado é capaz de exercer uma poderosa inibição (24). Semelhante aos nossos resultados, Poonguran et al. (25) demonstram um efeito inibitório significativamente maior na atividade da enzima α-amilase utilizando extratos metanólicos e aquosos de folhas de S. cumini, ricos em dois triterpenóides, ácido ursólico e ácido oleanólico.

Os compostos fenólicos são descritos como inibidores eficazes da atividade intestinal α -glicosidase/maltase. Estes interagem positivamente com as enzimas, alterando sua ação biocatalítica. Os grupos carboxil e hidroxil dos ácidos fenólicos ligam-se ao amido através de ligações de hidrogênio, quelação ou ligações covalentes, formando pontes ou ligações cruzadas (23). A atividade da α-glicosidase foi avaliada tendo como substratos maltose e sacarose. P. cattleianum acesso 44 (2,5, 5,0 e 10,0 mg/ml) e acesso 87 (5,0 e 10,0 mg/ml) inibiram significativamente a atividade da maltase (p<0,05) (Figura 2). Para o substrato sacarose, P. cattleianum acesso 44 (5,0 e 10,0 mg/ml) e acesso 87 (5,0 e 10,0 mg/ml) também inibiram a atividade da α-glicosidase (p<0,05) (Figura 3). Curiosamente, estes efeitos inibidores foram observados na presença dos mais altos conteúdos de flavonoides. Em um estudo com frutos vermelhos de P. cattleianum foi identificada a presença de antocianinas (cianidina-3-glicosídeo, malvidina-3-g glicosídeo e cloreto de cianidina) como compostos majoritários (26). Também os flavonoides miricetina e quercetina encontrados em Hovenia Dulcis Thunb, foram descritos como inibidores reversíveis de α-glicosidase, de forma não competitiva (8). Além disso, enzimas de diferentes origens apresentaram resultados diferentes. Ao se avaliar a inibição da α- glicosidase de levedura, a cianidina (99%), a miricetina (94%) e a genisteína (93%) foram os principais inibidores. Quando se utilizou α-glicosidase de intestino de ratos, os principais inibidores foram a epigalocatequina galato (32%), a miricetina (29%) e a quercetina (28%) (27). Outros autores também relataram que a atividade inibitória α-glicosidase pode ser devida à presença de elagitaninas, como a punicalina e a punicalagina (28).

Os extratos de P. cattleianum amarelo acesso ‘bicudo’, E. uniflora, E. pyriformis acessos 3 e 4 não inibiram significativamente a atividade de α-amilase e α-glicosidase em nosso estudo. Embora a concentração do conteúdo total de compostos fenólicos e flavonoides relatados sejam semelhantes nos frutos vermelhos e amarelos de P. cattleianum, estudos anteriores demonstram que os frutos amarelos são ricos em carotenóides (18) e os frutos vermelhos possuem alto teor de antocianinas (20), que pode contribuir para explicar atividades biológicas específicas observadas em nosso estudo. Pinto et al. (21) e Podsędek et al. (4) relatam que a inibição da atividade de ambas as enzimas parece não depender do conteúdo total dos compostos fenólicos e sim das características dos compostos individuais, como concentração, estrutura e interação entre eles. Estas características podem contribuir para a estabilidade, solubilidade e a capacidade de ligação destes compostos com as enzimas alvo (4).

Conclusões

Extratos de P. cattleianum (acessos 44 e 87), S. cumini E. pyriformis (acessos 11 e 15) avaliados neste estudo foram eficazes na inibição da atividade de α-amilase e / ou α-glucosidase in vitro, correlacionado com alto teor de compostos fenólicos e capacidade antioxidante. Considerando as evidências que sugerem que os compostos fenólicos são relevantes na prevenção ou tratamento de doenças crônicas, incluindo o DMT2, aumentar o conhecimento das atividades biológicas de frutas nativas ricas nesses compostos pode ser útil para o desenvolvimento de alimentos funcionais com foco em benefícios à saúde.

Declaração sobre as contribuições do autores

SMN, MS, e MSP prepararam os extratos e realizaram ensaios enzimáticos. RAS realizou a análise fitoquímica, RGT e LN realizaram a conceituação e delineamento do estudo, SMN redigiu o manuscrito, RGT realizou a análise estatística, supervisão e redação final / correção do manuscrito.

Financiamento

Este estudo foi financiado pelo CNPq.

Agradecimentos

Agradecemos a Rodrigo Cezar Franzon e à Embrapa Clima Temperado pelo fornecimento dos frutos.

Conflito de Interesses

Os autores declaram não haver relações financeiras e / ou pessoais que possam representar um potencial conflito de interesses. Satil teropublium acipse, mo Castum ta nonimur. Quod dem inprid parbit.

Referências

1. Broholm, S.L., Gramsbergen, S.M., Nyberg, T., Jäger, A.K., Staerk, D. (2019) Potential of Sorbus berry extracts for management of type 2 diabetes: Metabolomics investigation of 1H NMR spectra, α-amylase and α- glucosidase inhibitory activities, and in vivo anti-hyperglycaemic activity of S. norvegica. Journal of Ethnopharmacology, 242, 112061https://doi.org/10.1016/j.jep.2019.112061

2. Xiao, J. (2015) Natural polyphenols and diabetes: understanding their mechanism of action. Current Medical Chemistry, 22(1): 2-3. https://doi.org/10.2174/0929867321666141012173816

3. Hedrington, M.S. & Davis, S.N. (2019) Considerations when using alpha-glucosidase inhibitors in the treatment of type 2 diabetes. Expert Opinion Pharmacotherapy, 20 (18): 2229-2235https://doi.org/ 10.1080/14656566.2019.1672660

4. Podsedek, A., Majewska, I., Redzynia, M., Sosnowska, D., Koziolkiewicz, M. (2014). In vitro inhibitory effect on digestive enzymes and antioxidant potential of commonly consumed fruits. Journal of Agricultural and Food Chemistry, 62(20): 4610-4617. https://doi.org/10.1021/jf5008264

5. Papoutsis, K., Zhang, J., Bowyer, M.C., Brunton, N., Gibney, E.R., Lyng, J. (2021) Fruit, vegetables, and mushrooms for the preparation of extracts with α- amylase and α-glucosidase inhibition properties: A review. Food Chemistry, 338 (2021) 128119. https://doi.org/10.1016/j.foodchem.2020.128119

6. Carpéné, C., Gomez-Zorita, S., Deleruyelle, S., Carpéné, M. A. (2015) Novel strategies for preventing diabetes and obesity complications with natural polyphenols. Current Medical Chemistry, 22(1): 150-164. https://doi.org/10.2174/0929867321666140815124052

7. Correia, R. T., Borges, K. C., Medeiros, M. F., Genovese, M. I. (2012) Bioactive compounds and phenolic-linked functionality of powdered tropical fruit residues. Food Science and Technology International, 18(6): 539-547. https://doi.org/10.1177/1082013211433077

8. Sun, L. & Miao, M. (2019) Dietary polyphenols modulate starch digestion and glycaemic level: a review. Critical Reviews in Food Science and Nutrition, 1-15. https://doi.org/10.1080/10408398.2018.1544883 

9. Alothman, M., Bhat, R., Karim, A. A. (2009) Antioxidant capacity and phenolic content of selected tropical fruits from Malaysia, extract with different solvents. Food Chemistry, 115(3): 785-788. https://doi.org/10.1016/j.foodchem.2008.12.005

10. Swain, T., Hillis, W. E. (1959) The phenolic constituents of Prunus domestica. I. – The quantitative analysis of phenolic constituents. Journal of the Science of Food and Agriculture, 10(1): 63-68. https://doi.org/10.1002/jsfa.2740100110

11. Zhishen, J., Mengcheng, T., Jianming, W. (1999) The determination of flavonoid contents in mulberry and their scavenging effects on superoxide radicals. Food Chemistry, 64(4): 555-559.

12. Brand-Wiliams, W., Cuvelier, M. E., Berset, C. (1995) Use of a free radical method to evaluate antioxidant activity. LWT - Food Science and Technology, 28(1): 25-30. https://doi.org/10.1016/S0023-6438(95)80008-5

13. Re, R., Pellegrini, N., Proteggente, A., Pannala, A., Yang, M., Rice-Evans, C. (1999) Antioxidant activity applying improved ABTS radical cation decolorization assay. Free Radical Biology and Medicine, 26(9-10): 1231-1237. https://doi.org/10.1016/s0891-5849(98)00315-3

14. Yu, Z., Yin, Y., Zhao, W., Yu, Y., Liu, B., Liu, J., Chen, F. (2011) Novel peptides derived from egg white protein inhibiting alpha-glucosidase. Food Chemistry, 129(4): 1376-1382.

15. Jockovic, N., Fischer, W., Brandsch, M., Brandt, W., Dräger, B. (2013) Inhibition of human intestinal α-glucosidases by calystegines. Journal of Agricultural and Food Chemistry, 61(23): 5550-5557. https://doi.org/10.1021/jf4010737

16. Adisakwattana, S., Ruengsamran, T., Kampa, P., Sompong, W. (2012). In vitro inhibitory effects of plant-based foods and their combinations on intestinal α-glucosidase and pancreatic α-amylase. BMC Complementary & Alternative Medicine, 12: 110. http://dx.doi.org/10.1186/1472-6882-12-110.

17. Gajera, H.P., Getiya, S.N., Hirpara, D.G., Patel, S.V., Golakiya, B.A. (2017) Antidiabetic and antioxidant functionality associated with phenolic constituents from fruit parts of indigenous black jamun (Syzygium cumini L.) landraces. Journal of Food Science and Technology, 54(10): 3180-3191. https://doi.org/10.1007/s13197-017-2756-8

18. Pereira, E.S., Vinholes, J., Franzon, R.C., Dalmazo, G., Vizzotto, M., Nora, L. (2018). Psidium cattleianum fruits: A review on its composition and bioactivity. Food Chemistry258:95-103. https://doi.org/10.1016/j.foodchem.2018.03.024

19. Medina, A. L., Haas, L. I. R., Chaves, F. C., Salvador, M., Zambiazi, R. C., Silva, W. P., Nora, L., Rombaldi, C. V. (2011) Araçá (Psidium cattleianum Sabine) fruit extracts with antioxidant and antimicrobial activities and antiproliferative effect on human cancer cells. Food Chemistry, 128(4): 916-922. https://doi.org/10.1016/j.foodchem.2011.03.119 

20. Biegelmeyer, R., Andrade, J. M. M., Aboy, A. L., Apel, M. A., Dresch, R. R., Marin, R., Raseira, M. C. B., Henriques, A. T. (2011) Comparative analysis of the chemical composition and antioxidant activity of red (Psidium cattleianum) and yellow (Psidium cattleianum var. lucidum) strawberry guava fruit. Journal of Food Science, 76(7): 991C-996C. https://doi.org/10.1111/j.1750-3841.2011.02319.x

21. Pinto, M. S., Kwon, Y., Apostolidis, E., Lajolo, F. M., Genovese, M. I., Shetty, K. (2010) Evaluation of red currants (Ribes rubrum L.), black currants (Ribes nigrum L.), red and green gooseberries (Ribes uva-crispa) for potential management of type 2 diabetes and hypertension using in vitro models. Journal of Food Biochemistry, 34(3): 639-660.

22. Franco, R.R., Zabisky, L.F.R., Lima Júnior, J.P., Alves, V.H.M., Justino, A.B., Saraiva, A.L., Goulart, L.R., Espindola, F.S. (2020) Antidiabetic effects of Syzygium cumini leaves: A non-hemolytic plant with potential against process of oxidation, glycation, inflammation and digestive enzymes catalysis. Journal of Ethnopharmacology, 261: 113132. https://doi.org/10.1016/j.jep.2020.113132

23. Chhikara, N., Kaur, R., Jaglan, S., Sharma, P., Gat, Y., Panghal, A. (2018) Bioactive compounds and pharmacological and food applications of Syzygium cumini – a review. Food and Function, 9: 6096-6115. https://doi.org/10.1039/c8fo00654g

24. Miao, M., Jiang, H., Jiang, B., Li, Y., Cui, S. W., Zhang, T. (2014) Structure elucidation of catechins for modulation of starch digestion. LWT – Food Science and Technology, 57(1): 188-193.

25. Poonguran, J., Perera, H.K.I., Jayasinghe, L., Fernando, I.T., Sivakanesan, R., Araya, H., Fujimoto, Y. (2017) Bioassay-guided fractionation and identification of α-amylase inhibitors from Syzygium cumini leaves. Pharmaceutical Biology, 55 (1): 206-211. https://doi.org/10.1080/13880209.2016.1257031

26. Nora, C. D., Jablonski, A., Rios, A. O., Hertz, P. F., Jong, E. V., Flôres, S. H. (2014) The caracterization and profile of the bioactive compounds in red guava (Psidium cattleianum Sabine) and guabiju (Myrcianthes pungens (O. Berg) D. Legrand). International Journal of Food Science & Technology, 49: 1842-1849. https://doi.org/10.1111/ijfs.12493

27. Tadera, K., Minami, Y., Takamatsu, K., Matsuoka, T. (2006) Inhibition of α-glucosidase and α-amylase by flavonoids. Journal of Nutritional Science and Vitaminology, 52(2): 149-153. https://doi.org/10.3177/jnsv.52.149

28. Vinhole, J., Reis, S.F., Lemos, G., Barbieri, R.L., Freitas, V., Franzon, R.C., Vizzotto, M. (2018) Effect of in vitro digestion on the functional properties of Psidium cattleianum Sabine (araçá), Butia odorata (Barb. Rodr.) Noblick (butiá) and Eugenia uniflora L. (pitanga) fruit extracts. Food & Function, 9: 6380-6390.https://doi.org/10.1039/c8fo01329b

Copyright © 2023 ALIES. All Rights Reserved.Designed by templatemesh.com Powered by Joomla!